sábado, 10 de julho de 2010

O Estágio

A primeira semana de estágio foi muito difícil para mim, principalmente no primeiro dia, fiquei muito nervosa e não sabia muito o que fazer, estava muito preocupada em fazer tudo certinho. Organizei com minha companheira de estágio todos os passos a ser seguido não foi fácil fiquei um pouco perdida, pensei que não dávamos conta, mais enfim deu tudo certo. Foi um dia muito especial e que jamais esquecerei.
E assim durante toda a semana buscávamos descobrir a melhor forma de trabalhar com a turma. A cada dia uma descoberta nova... E assim a semana foi passando e nos acostumando com a turma que não era fácil, conversava muito eera muito indisciplinada.
Início do estágio



A segunda Semana

Já mim sentia mais segura e bem a vontade com a turma. O trabalho fluía melhor e conseguíamos trabalhar os conteúdos de forma mais significativa. O projeto elaborado para ser aplicado no estágio nos deu suporte para que tudo fluísse bem. Durante a aplicação do projeto os alunos aproveitavam de forma significativa. Durante as aulas de geografia, Ciência e história tínhamos muito mais dificuldade, a sala ficava muito inquieta os alunos brigavam muito, ou seja, não prestavam muito atenção. Como contornar essa situação? Buscamos outra forma de passar o conteúdo, a TV pendrive foi a nossa salvação e assim durante as aulas de geografia, ciências e história começou a dá certo os alunos gostavam dos vídeos que buscávamos para realização das aulas. Esta descoberta nos fez caminhar melhor durante as outras semanas.


Terceira e última semana

Apesar de estar muito cansada o estágio estava muito prazeroso, já mim sentia parte da turma, tudo estava dando certo, na terceira semana já tínhamos um controle melhor da situação e até nos divertíamos com a turma. Assim pensar o meu próprio processo de estágio supervisionado, implica pensar o Curso de Pedagogia como um processo de formação de profissionais da educação. Entendendo que esta é uma experiência peculiar, porém não desvinculada de um contexto social, político, cultural e pedagógico mais amplo.

Desta forma o período de regência me oportunizou constatar também que a prática docente é repleta de desafios na qual se faz necessário um embasamento de conhecimentos associados à pesquisa constante e reflexão como forma de tentar superar as dificuldades encontradas. Nesse sentido, busquei refletir sobre a minha prática tentando descobrir novos caminhos para que o meu trabalho pudesse ser desenvolvido da melhor forma, e acima de tudo propiciando condições de aprendizagem significativa para a turma.

Durante a minha caminhada no estágio pode perceber que Prática de Ensino e o estágio não garantem uma preparação completa para o magistério, mas possibilita que o futuro educador tenha noções básicas do que é ser professor nos dias atuais, como é a realidade dos alunos que freqüentam a escola, entre outras. Essa oportunidade de observação e reflexão sobre a prática me permitiu como aluno/estagiário reafirmasse a minha escolha pela profissão.

Assim as quatro semanas de estágio foram sem dúvida marcada por grandes aprendizados. Nesse sentido o estágio apareceu como um momento não só da prática, mas principalmente como uma articulação e mobilização de diversos saberes teóricos construídos ao longo do curso.

Desta forma os conhecimentos e as atividades que constituem a base formativa do curso também são essenciais, possibilitaram ao aluno/estagiário apropriar-se de instrumentais teóricos e metodológicos para compreender o sistema educacional e fazer uma futura reflexão. Entendemos que o professor é um profissional que detém saberes de variadas matizes sobre a educação e tem como função principal educar crianças, jovens e adultos.

Por isso, o ‘saber profissional’ que orienta a atividade do professor insere-se na multiplicidade própria do trabalho dos profissionais que atuam em diferentes situações e que, portanto, precisam agir de forma diferenciada, mobilizando diferentes teorias, metodologias, habilidades. Dessa forma, o ‘saber profissional’ dos professores é constituído não por um ‘saber específico’, mas por vários ‘saberes’ de diferentes matizes, de diferentes origens, aí incluídos, também, o ‘saber-fazer’ e o saber da experiência.

Desta forma, a postura reflexiva não requer apenas do professor o saber fazer, mais que ele possa saber explicar de forma consciente a sua prática e as decisões tomadas sobre ele e perceber se essas decisões são as melhores para favorecer a aprendizagem do seu aluno, pois segundo Perrenoud (2002), ensinar é, antes de tudo, agir na urgência, decidir na incerteza.

Nesta direção, é preciso defender um processo de formação de professores em que as escolas sejam concebidas como uma instituição essencial para o desenvolvimento de uma democracia crítica e também para a defesa dos professores como intelectuais que combinam a reflexão e a prática, a serviço da educação dos estudantes para que sejam cidadãos reflexivos e ativos (GIROUX, 1997).

O ENCERRAMENTO

Foi um memento de muita expectativa e também muito difícil para mim, tinha que conciliar trabalho, faculdade além de ensaiar com a turma apresentação que íamos realizar no encerramento, mas apesar de toda a dificuldade tudo deu certo. A culminância do projeto que orientou o estágio supervisionado foi em forma de exposição de alguns compositores musicais e com apresentações de algumas musicas trabalhada durante o mês com os alunos, além de exposições de trabalhos produzidos pelos alunos,cada sala apresentou seu Gênero Musical escolhido e seu cantor homenageado. Foi escolhido um aluno para fazer a apresentação do Gênero Musical escolhido, em seguida cada sala fez sua apresentação musical de acordo com o gênero musical que escolheu, a apresentação musical girou em torno de Coreografia, dança e canto, apresentando o resultado da intervenção “Cantando também se aprende”.

Período de observação. Onde tudo começou!

Antes de iniciarmos o estágio tivemos uma semana de observação na escola na qual seria realizado o estágio Instituto de educação Régis Pacheco, localizado no bairro Campo do América na cidade de Jequié-BA. Este período de observação que foi realizado no período de 22 a 29 de março de 2010 foi muito importante. Durante esta semana de observação tive a oportunidade de conhecer o espaço físico da escola e conhecer também a rotina da escola.



No primeiro dia ficamos no portão da escola para observarmosa entrada dos alunos e como funcionava essa rotina. O primeiro contato com a escola foi muito bom pelo fato do estagiário perceber como funciona a rotina da escola. E assim durante toda a semana tivemos a oportunidade de conhecer toda a instituição escola na qual foi escolhida para realização do estágio, conhecemos todo o seu espaço físico e como também o seu corpo docente. Realizamos uma entrevista com a gestão escolar, com a coordenação e também com a professora regente Edna Monteiro.

Durante o período de observação tivemos também a oportunidade de realizar algumas atividades diagnostica com os alunos da 3ª série A, na sala que seria feito a regência. Aplicamos asavaliações diagnosticas, de leitura e duas atividades uma de língua portuguesa e a outra de matemática. Estas atividades tiveram como objetivo levantar dados em relação ao nível de conhecimento dos alunos para desenvolvermos as intervenções do projeto que seria realizado durante o período de regência.

Este período de observação foi muito significativo para mim, conhecer de perto a realidade da escola é de suma importância para o aluno/estagiário. Conhecer a instituição que será realizado o estágio, perceber de perto a realidade deste espaço e muito importante para o estagiário possa desenvolver um bom trabalho durante a regência.

Minha Vida Acadêmica e a Pedagogia!


Apesar dos anos terem passado, lembro-me nitidamente que ingressei aos quatros anos em uma escolinha perto da minha casa, essa escola não era oficializada, mas ali fui alfabetizada de maneira bem tradicional, onde eram ensinadas as letras, dividindo-as em vogais e consoantes, depois classes, palavras e posteriormente textos. Após o domínio das letras e classes passávamos a estudar a cartilha, que servia para a professora também como momento de avaliação e repressão.

Neste contexto aos sete anos ingressei realmente numa escola oficializada, Colégio CelestinaBittencourt, na primeira série do Ensino Fundamental. Lembro-me que ao chegar ao primeiro dia de aula naquele colégio, fiquei fascinada, lá se formava fila para cantar o hino nacional, todos os dias antes de entrarmos para sala, todos arrumados do menor para o maior, tinha também merenda na hora do recreio.

Assim da 1ªa 4ª serie do ensino fundamental a minha vida escolar o ensino na qual fui submetida era centrado no professor que possuía como objetivo transmitir os conhecimentos e a cultura para os alunos, que por sua vez tinha que memorizar as informações tal qual foram ensinadas demonstrando no momento da prova, exame ou exercício. O aluno era um sujeito passivo e o conhecimento era transmitido pela escola através de conteúdos, modelos e demonstrações passadas pelo professor.

De acordo com Freire (1997), essa é uma metodologia tradicional de educação bancária, onde as informações são depositadas nos alunoscomo se fossem uma folha depapel em branco a ser preenchido pelo professor através de sua pratica pedagógica,e que ensinar é transferir conhecimentos.

Na época que cursei o colegial, hoje ensino Médio, no Instituto de Educação Regis Pacheco, não foi muito diferente as disciplinas eram separadas, dava-se mais ênfase as disciplinas de português e matemática. Em português a grafia de palavras e leituras era cobrada de maneira veemente, e o bom aluno era aquele que lia com uma boa pontuação e pronunciava as palavras corretamente.

Em matemática, as quatro operações eram tidas como alicerce, a tabuada era um instrumento utilizado como meio de avaliação e punição. Nossa! Sofri com isso, decorava, escrevia na borracha, detestava a matéria e até hoje não conseguir superar o trauma sofrido. As outras disciplinas como ciência, geografia e história eram transmitidas de forma estática e não eram discutidas. As atividades feitas na classe eram questionários, esses exercícios eram para fixar os conteúdos.

Ao relatar essas experiências percebo que os meus primeiros anos escolares o currículo era tradicional o aluno é um mero receptor e o professor se preocupava apenas no que ensinar. Essa teoria de currículo permeou e ou permeia o fazer pedagógico de muitos professores que apesar de todas as evoluções no âmbito das teorias educacionais ainda se prende a ela para a efetivação de sua pratica de ensino.

Acredito que o currículo não pode ser associado a apenas um documento didático, seu aspecto é bem maior e abrange uma gama de caracteres do âmbito educacional e social simultaneamente, essa relação significa uma organização das experiências humanas em prol da prática educativa, porém seu conceito abrange diversos seguimentos da educação.

Infelizmente sabemos que esta ainda é a realidade de muitos municípios brasileiros, Gadotti (2000), é um fato. Ficando para poucos, o que seria de todos. Só se sabe o que é educação quem constrói educação. O ideal seria que todos estivessem comprometidos em prol de um objetivo único, ou seja, a valorização da educação, assegurando assim, o direito a um diferencial educacional, tornando esse contexto um veículo para a ascensão social.

O meu ingresso no seio acadêmico para o curso de pedagogia não foi algo planejado em minha vida, mas foi muito bom saber que tinha passado no vestibular. Quanta empolgação pelo novo, pelos passos que viria a percorrer. Deparei-me com um mundo totalmente diferente do que eu estava acostumada, as disciplinas eram novas para mim.

Lembro-me do desafio de cada disciplina como Psicologia, minha entrega, filosofia e os meus questionamentos, estatísticas e minhas frustrações, as metodologias meus estímulos para continuar, meu primeiro estágio em educação infantil minhas respostas e finalmente o último semestre descobrir que a pedagogia é fascinante, é muito boa a sensação de ser pedagoga. Cursar pedagogia me permitiu um aprendizado diário, um amadurecimento incalculável. Considero que a Universidade abriu os meus horizontes, mostrou-me a vida de uma outra forma, fez-me mais gente, no sentido de ver o outro como ser capaz e fruto da realidade social em que vive. Os anos na academia fez-me acumular uma gama de conhecimentos importantíssimos tanto para minha vida pessoal quanto profissional.

A PESQUISA COMO EIXO DE FORMAÇÃO DOCENTE

Maria Tereza Steban
Edwiges Zaccur

No texto as autoras discutem sobre a importância de se unir teoria e prática para a formação, além de professores reflexivos de sua prática, professores pesquisadores da realidade na qual se inserem.Primeiramente colocam que até bem pouco tempo,a pesquisa era vista como uma fundamentação teórica construída somente no espaço acadêmico. Mas atualmente a idéia de um profissional pesquisador vem se disseminando em diversos campos do trabalho, dentre eles, na prática do professor, na área da educação.

Segundo as autoras, para que o professor se torne um professor pesquisador, ele não deve apenas serum consumidor passivo do conhecimento produzido pelos pesquisadores acadêmicos,mas sim ser um pesquisador que tenha como ponto de partida e como finalidade a sua própria prática,ou seja,estar atento à leitura das sinalizações do cotidiano em sala de aula.

As autoras dizem também que muitos professores alegam que a superação da dicotomia entreofazereopensarédifícil,poisessesprofissionais,quevivemocotidianoda escola, não se reconhecem nos textos teóricos, e quem teoriza deve estar atento para não se abstrair da realidade da mesma.

Como destacam as autoras,o professor pesquisador não deve entender a pesquisa como sendo um fim, mas pode ser aconseqüência de um fazer em que o individuo faz e coloca questões. Desta forma, pesquisar pode se dá a partir de um questionamento, de uma pergunta,de uma idéia fixa,articuladora de um processo empírico-teórico de uma investigação.

E é nesse questionamento que está toda a centralidade do processo de formação do professor pesquisador,pois é esse processo de questionar que leva o profissional a um “fazer pensado”, em vez de meros executores do pensado por outrem. Atualmente há um esforço crescente parafazer com que osfuturos professores saiam da universidade com a formação de um profissional pesquisador, mas ainda hoje nos cursos de graduação de Pedagogia são dadas as disciplinas teóricas(ligadasao saber), as disciplinas ligadas à prática (saber fazer) e por último o estágio (momento de buscadearticulaçãoentreteoriaeprática). O que dificulta o diálogo entre teoria e prática, já que ocupam lugares diferentes.

Para as autoras a formação do professor pesquisador propõe uma inversão deste movimento (na grade curricular do curso de Pedagogia), pois há a compreensão de que o profissional precisa organizar sua ação a partir da articulação prática - teoria-prática. E para que isso aconteça é fundamental,portanto,que o professor se instrumentalize para observar, questionar e redimensionar seu cotidiano.

Assim a prática é o ponto de partida, pois dela emergem as questões, as necessidades eas possibilidades, ou seja, a prática esboça os caminhos a percorrer. E a prática também é a finalidade da teoria,porque é de laqueos problemas são formulados em outras palavras, parte-se da prática para voltar a ela.

As autoras concluem afirmando que, na prática do professor pesquisador,a dicotomia entre o fazer e o pensar é substituída pela percepção da complexidade do processo pedagógico. O professor assume como função pensar e fazer coletivamente o cotidiano escolar, pois no coletivo fica garantida a pluralidade de idéias e caminhos,estimulando um olhar mais critico para a realidadeea ajuda a formular alternativas viáveis de transformação do real.

Em fim este texto nos leva a refletir sobre aimportância do profissional pesquisador não só na área educacional, mas em qualquer outro campo. O momento da reflexão é importante para que se aprenda a olhar para a prática,desde o momento da elaboração de uma atividade até a sua aplicação e finalização, e exteriorizá-la para o grupo admitindo o quedeu certo ou não, e chegando a conclusões conjuntas.

Referência:
ESTEBAN, Maria e Tereza e ZACCUR (orgs). Professor Pesquisador: Uma Prática em Construção. Rio de Janeiro: Editora DPIA, 2002

segunda-feira, 8 de março de 2010

Porque o estágio para quem exerce o magistério: o aprender a profissão


Selma Garrido Pimenta e
Maria Socorro Lucena Lima


È na formação do professor que devemos exercitar a reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. Paulo Freire


Neste capitulo as autoras propõe uma reflexão sobre as especificidades do estágio e da prática de ensino para que não exerce o magistério, trazendo elementos para a compreensão do estágio como oportunidade de aprendizagem da profissão docente e de construção da identidade profissional.

Primeiramente colocam que como componente curricular, o estágio pode não ser uma completa preparação para o magistério, mas é possível, neste espaço, professores, alunos e comunidade escolar e universidade trabalharem questões básicas de alicerce, a saber : o sentido da profissão, o que é ser professor na sociedade que vivemos, como ser professor, a realidade dos alunos da escola do ensino fundamental, a realidade dos professores nessas escolas.

Esse aspecto demonstra que existe a necessidade de aproximar o estágio da realidade, pois essa distância leva a muitos destes estudantes que estão aprendendo a profissão a tomar uma posição defensiva sobre aquilo que vivenciam. Para realizar esta aproximação precisamos, como estagiários, ter um papel ativo durante esse processo, refletindo sobre o que observamos, e agindo assim com intencionalidade.

Pois para as autoras o estágio supervisionado para quem não exerce o magistério pode ser um espaço de convergência da experiência pedagógica vivenciadas no decorrer do curso e, principalmente, ser uma contingência da profissão docente, mediada pelas relações sociais historicamente situadas.

Como destacam as autoras o estagiário também precisa estar atento às diferenças entre discurso e prática existentes no âmbito escolar e na necessidade de compreender os acordos e regras internas deste meio, para assim, perceber quais são os limites de atuação e como, dentro disso, proceder para instigar o aluno ao máximo. Deste modo, é possível entender as relações que se desenvolvem no meio escolar entre os vários agentes envolvidos.

Cabe salientar que o estágio como reflexão da práxis possibilita aos alunos para que ainda não exerce o magistério aprender com aqueles já que possuem experiência é um fator essencial que permite, além da apreensão dos métodos de conduzir a turma ... Da mesma forma, o contato com o professor orientador e das teorias possui papel importante nesse processo de aprendizagem.

As autoras destacam vários fatores importantes para serem observados durante o processo de estágio na escola. Entre eles, a questão do contexto em que a escola está inserida, a dinâmica escolar e seus espaços (perceber as relações de poder pelo controle realizado), o projeto político-pedagógico e as relações escolares,... Todos os aspectos devem ser trabalhados para a melhor compreensão da realidade e dinâmica escolar, o que se reflete em uma intervenção refletida e melhor adequada a esta realidade.

Em fim o texto nos leva a refletir sobre a teoria e pensar dialeticamente a prática apontando caminhos para um melhor aproveitamento do estágio. As sugestões e propostas orientam de forma objetiva e clara o estagiário inexperiente e apontam a necessidade de um envolvimento com a escola neste período. Ultrapassando esses limites é possível se inserir neste contexto e vivenciá-lo.

Referência:

PIMENTA, S. G., LIMA, M. S. L. Estágio e docência. São Paulo: Cortez, 2004, p. 99 - 121.