segunda-feira, 8 de março de 2010

Porque o estágio para quem exerce o magistério: o aprender a profissão


Selma Garrido Pimenta e
Maria Socorro Lucena Lima


È na formação do professor que devemos exercitar a reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. Paulo Freire


Neste capitulo as autoras propõe uma reflexão sobre as especificidades do estágio e da prática de ensino para que não exerce o magistério, trazendo elementos para a compreensão do estágio como oportunidade de aprendizagem da profissão docente e de construção da identidade profissional.

Primeiramente colocam que como componente curricular, o estágio pode não ser uma completa preparação para o magistério, mas é possível, neste espaço, professores, alunos e comunidade escolar e universidade trabalharem questões básicas de alicerce, a saber : o sentido da profissão, o que é ser professor na sociedade que vivemos, como ser professor, a realidade dos alunos da escola do ensino fundamental, a realidade dos professores nessas escolas.

Esse aspecto demonstra que existe a necessidade de aproximar o estágio da realidade, pois essa distância leva a muitos destes estudantes que estão aprendendo a profissão a tomar uma posição defensiva sobre aquilo que vivenciam. Para realizar esta aproximação precisamos, como estagiários, ter um papel ativo durante esse processo, refletindo sobre o que observamos, e agindo assim com intencionalidade.

Pois para as autoras o estágio supervisionado para quem não exerce o magistério pode ser um espaço de convergência da experiência pedagógica vivenciadas no decorrer do curso e, principalmente, ser uma contingência da profissão docente, mediada pelas relações sociais historicamente situadas.

Como destacam as autoras o estagiário também precisa estar atento às diferenças entre discurso e prática existentes no âmbito escolar e na necessidade de compreender os acordos e regras internas deste meio, para assim, perceber quais são os limites de atuação e como, dentro disso, proceder para instigar o aluno ao máximo. Deste modo, é possível entender as relações que se desenvolvem no meio escolar entre os vários agentes envolvidos.

Cabe salientar que o estágio como reflexão da práxis possibilita aos alunos para que ainda não exerce o magistério aprender com aqueles já que possuem experiência é um fator essencial que permite, além da apreensão dos métodos de conduzir a turma ... Da mesma forma, o contato com o professor orientador e das teorias possui papel importante nesse processo de aprendizagem.

As autoras destacam vários fatores importantes para serem observados durante o processo de estágio na escola. Entre eles, a questão do contexto em que a escola está inserida, a dinâmica escolar e seus espaços (perceber as relações de poder pelo controle realizado), o projeto político-pedagógico e as relações escolares,... Todos os aspectos devem ser trabalhados para a melhor compreensão da realidade e dinâmica escolar, o que se reflete em uma intervenção refletida e melhor adequada a esta realidade.

Em fim o texto nos leva a refletir sobre a teoria e pensar dialeticamente a prática apontando caminhos para um melhor aproveitamento do estágio. As sugestões e propostas orientam de forma objetiva e clara o estagiário inexperiente e apontam a necessidade de um envolvimento com a escola neste período. Ultrapassando esses limites é possível se inserir neste contexto e vivenciá-lo.

Referência:

PIMENTA, S. G., LIMA, M. S. L. Estágio e docência. São Paulo: Cortez, 2004, p. 99 - 121.